Abdômen sarado após o parto

Abdômen sarado após o parto

Confira a matéria da Drª Ivanoska Filgueira para o jornal da comunidade.

As mudanças físicas no corpo da mulher, mais evidentes no abdômen, após gerar filhos, são inevitáveis e, em alguns casos, podem provocar alterações definitivas na anatomia, mas há técnicas que ajudam a minimizar os efeitos. De acordo com o cirurgião plástico José Carlos Daher, o corpo pode ficar bem preservado após a primeira gestação, mas quando as gravidezes se sucedem, é muito difícil quem não sofra alterações.

Mulheres que se cuidam sem engordar muito, até a segunda gestação, podem se recuperar com ginástica e boa alimentação, segundo Daher. Entretanto, há situações em que a cirurgia plástica é a mais indicada. “Se existe deformidade definitiva, como excesso de pele que fica frouxa e não volta à posição original, ou afastamento dos músculos, que também não retornam à condição normal; mesmo que a mulher esteja magrinha, pode ter uma barriga abaulada”, explica. “Isso melhora muito com a ginástica, fortalecendo a musculatura, mas, em algumas situações, somente a cirurgia consegue recuperar a forma física anterior”.

A flacidez da parede abdominal após a gravidez geralmente está relacionada ao alongamento do tecido conjuntivo que envolve os músculos. Segundo a cirurgiã plástica Ivanoska Filgueira, muitas mulheres procuram logo fazer uma lipoaspiração, mas essa técnica sozinha nem sempre funciona. “A abdominoplastia pode ser a solução para recuperar a aparência da região abdominal e a autoestima, e pode ser realizado seis meses após o término da amamentação”, observa.

Exercícios orientados e com aval médico

A ginástica é sempre recomendada, assim como a boa alimentação, mesmo para quem opta pelos tratamentos estéticos, como a plástica, massagens e aparelhos em centros de beleza. Após o parto, os exercícios devem começar com orientação profissional, assim que forem possíveis. A educadora física Daniela Rico, da academia Companhia Athlética, especializada em atividade física para gestantes, pós-parto e bebê, diz que a mãe pode retornar aos exercícios entre 30 e 45 dias após o nascimento da criança, mas nada de exageros. Tudo deve ser muito bem orientado e, naturalmente, com aval médico.

Os exercícios recomendados são os isométricos, no qual a mamãe faz uma contração abdominal; ao mesmo tempo, fecha as costelas em conjunto com a respiração. Os abdominais de flexão lateral de tronco e a ponte isométrica na posição de lado também são indicados.

A mulher que deu à luz um bebê, de acordo com Daniela, precisa aprender a contrair a musculatura abdominal, a fim de estimular a musculatura que ficou estirada durante a gestação e proteger a lombar. “A recomendação é deitar e levantar sempre de lado, evitando deitar e levantar de frente. Quando for espirrar, tossir ou segurar o bebê, sempre mantenha o abdômen contraído”, sugere. E acrescenta: “É necessário ter um cuidado especial, não realizar nenhum exercício de flexão e rotação de tronco, assim como hiperextensões de coluna, para não aumentar a diástase abdominal (separação dos retos abdominais) causada pela gravidez”.

As atividades físicas sugeridas para o pós-parto são as que priorizam o retorno postural, como alongamento e musculação, e as que visam o equilíbrio, como, por exemplo, exercícios de treinamento funcional, dança e pilates. Também são indicadas atividades específicas para o fortalecimento do assoalho pélvico (períneo) que, durante a gestação, ficou sobrecarregado.

Daniela salienta que as atividades em grupo são fundamentais, para que as mães possam trocar experiências, ajudando umas às outras. Assim, elas evitam a depressão pós-parto e melhoram a autoestima. Sobre o uso da cinta, a professora não recomenda que seja por muito tempo. “Esse acessório é indicado, no máximo, por duas semanas, porque deixa o abdômen preguiçoso. Todas nós já temos uma ‘cinta abdominal’ que precisa ser ativada depois do nascimento do bebê”, pontua.

De acordo com a educadora física, é possível ocorrer alterações no aleitamento, após iniciar os exercícios. “A amamentação depende muito de como a mãe está no pós-parto (estresse, sono e alimentação), e um dos fatores que influenciam é a hidratação. A orientação é que esta mãe beba muito líquido, no mínimo cinco litros por dia. A atividade física, principalmente a aeróbica, tem um gasto muito alto de água, por isso temos que ficar atentas com o excesso de atividade, para não diminuir a demanda de leite”, avisa.

Espera

As clínicas de estética também podem ajudar na recuperação da boa forma. A dermatologista Cristiane Dal Magro diz que os procedimentos para beneficiar o abdômen podem ser feitos um mês após o parto, com liberação do médico obstetra, mas o ideal é que a mulher espere até 60 dias. “Atualmente, temos optado pela utilização de aparelhos que emitem radiofrequência ou infravermelho, a fim de auxiliar no tratamento da flacidez da pele do abdômen. A criolipólise auxilia na redução de medidas quando já se atingiu o peso ideal, para tratar a gordura localizada”, esclarece a dermatologista.

Segundo Dal Magro, a amamentação não é fator de contraindicação a terapias estéticas, desde que esses procedimentos não ocorram nas regiões superiores do corpo.

 

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