Um estudo mostrou que o número de jovens com idade entre 13 e 18 anos que fizeram cirurgias estéticas saltou de 37 mil para 91 mil cirurgias entre 2008 e 2012.
Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica mostrou que o número de adolescentes que recorrem a cirurgia plástica aumentou em mais de 100%. O estudo analisou o número de procedimentos realizados por adolescentes com idade entre 13 e 18 anos. Entre 2008 e 2012, esse número mais que dobrou, o aumento foi de 141%. A lipoaspiração está no topo da lista, seguida pelo implante de silicone.
Querendo ou não, muitas vezes as crianças se preocupam com a beleza. E não é raro acontecer casos de colegas da escola que apontam defeitos que elas não tinham percebido ainda. Isso pode acabar afetando a confiança e desempenho no colégio.
“Em muitos casos, a questão não é exclusivamente a vaidade, mas o abalo na auto-estima da criança, que passa a evitar o convívio social para proteger-se de comentários sobre sua aparência”, comenta Ivanoska Filgueira, cirurgiã plástica.
Os meninos também recorrem a cirurgia plástica para fazer correções, mas meninas são “de longe” as mais ansiosas, contam os dias para realizar o tão esperado procedimento estético.
O implante de silicone é o sonho da maioria das adolescentes, mas há também casos de garotas que querem reduzir o tamanho da mama. “Há meninas que marcam consultas escondidas de seus pais porque não conseguem apoio para dar solução a uma questão que vai além da estética, já que as mamas desproporcionais causam à mulher um desconforto físico e psicológico terrível, fazendo com que ela se esconda sob a roupa e a postura corporal”, comenta a médica. Mamas muito grandes provocam comentários maldosos que muitas vezes nem os pais sabem.
É preciso avaliar muito bem cada caso, pois os adolescentes ainda não estão com o corpo completamente formado. “Antes de indicar uma cirurgia plástica para um adolescente é preciso avaliar a idade da paciente e verificar se ela não está optando pelo procedimento apenas para agradar outras pessoas, sem primeiro pensar em seu bem-estar”, finaliza a especialista.